Bom dia, amigos e leitores do BLOG! Como vocês devem ter
percebido, ao mesmo tempo em que lançamos a revista própria do ZÉ CORUJA, nós,
também abrimos um espaço para que artistas diferentes desenhassem a capa de
cada edição publicada. E um deles é justamente, o Rafael Anderson, que ilustrou
a capa da segunda edição de AS AVENTURAS DO ZÉ CORUJA. Brevemente publicaremos
aqui entrevistas com estes grandes colabores da PADA PRODUÇÕES. Hoje estamos
publicando a entrevista com o RAFAEL ANDERSON que é um QUADRINISTA e ILUSTRADOR
pernambucano que trabalhou na FOLHA DE PERNAMBUCO até 2013 e depois no DIÁRIO DE PERNAMBUCO até 2015, e hoje presta serviços free lancer.
Ele participou da RAGU CORDEL (Rafael editou a revista em quadrinhos XORUME,
cuja quintta edição foi lançada em em fevereiro passado). Rafael Anderson ficou
em primeiro lugar na categoria história em quadrinhos no tradicional XX SALÃO
DE DESENHO PARA A IMPRENSA. Aproveitando, queremos aqui agradecer à ele por sua
colaboração e esperamos que ele possa ilustrar muitos outros trabalhos da PADA.
Vamos conhecer um pouco mais sobre o RAFAEL lendo esta descontraída entrevista
com ele?
Rafael Anderson |
1 - Como foi sua
trajetória na ilustração e nos quadrinhos?
Como toda criança eu sempre desenhei. A maior parte
das minhas lembranças de infância estão atreladas ao desenho e a leitura de hqs
que minha mãe comprava para mim e minha irmã.
Essa atividade passou a fazer parte da minha rotina
naturalmente e muito cedo decidi que queria trabalhar com isso.
A partir dai participei de associações, palestras,
oficinas. Tudo onde pudesse aprender mais sobre a área.
Então os primeiros trabalhos foram aparecendo, trabalhei
com caricatura, cartuns e ilustração, depois vieram os trabalhos ministrando cursos,
palestras e como ilustrador em jornais.
Confesso que tem sido uma longa caminhada de
aprendizado, com muitos percalços, mas também muito prazerosa.
2 - Você é um ilustrador de estilo diferenciado e marcante! Mas como rola seu processo criativo! Como por exemplo, ocorreu a capa das Aventuras do Zé Coruja nº 02!
Rafael Anderson por ele mesmo. |
2 - Você é um ilustrador de estilo diferenciado e marcante! Mas como rola seu processo criativo! Como por exemplo, ocorreu a capa das Aventuras do Zé Coruja nº 02!
Eu sempre sofri muito por não conseguir me prender a
um só estilo como outros autores. Pois acredito que cada história pede um tipo
de desenho que complemente a narrativa e que o traço está a serviço do trabalho,
não o contrário.
Para fazer a capa do Zé, eu quis usar um traço
estilizado mais ao mesmo tempo moderno e com uma pegada daquelas capas antigas
da Disney que sempre contam um pouco da história.
Dei uma estudada no personagem, fiz alguns rafes para
adaptar ao estilo que queria usar (sempre tentando manter a personalidade
característica do concept do Marco). Estudei um pouco a composição da cena
buscando deixar espaços para o texto, logotipo e outros detalhes que seriam
colocados na diagramação.
Após definida essa parte, iniciei a finalização no
photoshop usando uma paleta de cores reduzida com tons ocres para dar um clima
mais “cangaço”.
3 - As obras de cunho regional, como o Zé Coruja, nos quadrinhos ou na literatura, para alguns autores, cria-se uma limitação de publico! Uma obra puramente globalizada, sem traços regionais é mais interessante, por ter um publico mais abrangente? Ou seria a melhor saída misturar os dois conceitos?
3 - As obras de cunho regional, como o Zé Coruja, nos quadrinhos ou na literatura, para alguns autores, cria-se uma limitação de publico! Uma obra puramente globalizada, sem traços regionais é mais interessante, por ter um publico mais abrangente? Ou seria a melhor saída misturar os dois conceitos?
Acho que toda história bem contada independente de
onde se passa é obviamente uma boa história. O que acredito ser importante, é
que o autor saiba sobre o que está falando, pois somente desta forma o leitor sentirá
a verdade no trabalho.
Berardi e Milazzo criaram um western sem nunca terem
ido aos Estados Unidos até então, Gosciny e Urdezo falavam de vários povos
antigos sem nunca (obviamente) terem vivido naquela época.
Se você pegar personagens como o Chico Bento, tenho certeza
que a maioria dos seus leitores não são crianças do interior, mas mesmo assim
ele faz sucesso por ser extremamente verdadeiro e sendo assim é cativante.
O próprio Zé Coruja mesmo, me encantou e me divertiu
imensamente não por ser nordestino e sim por ser uma história muito bem contada
e desenhada como maestria (fica aqui minha total admiração pelo trabalho da
dupla Arnaldo e Marcos) . O Zé representa os nordestinos de forma tão natural
que tenho certeza que pode ser lido em qualquer parte do mundo e será bem
aceito.
Em todos esses exemplos os criadores dominavam o
assunto sobre o qual queriam falar, o que é importante, pois caso contrário soa
algo falso como as representações de Nordestinos em novelas.
Claro que se você quiser fazer um trabalho de humor
mais escrachado, ai vale brincar, aumentar características dos personagens e das
histórias.
Tem uma frase que se não me engano é do Tolstoi que
diz: "Canta a tua aldeia e serás universal." - No fim, acredito que “a
sua Aldeia” seja o próprio autor, seja honesto consigo mesmo e ganharás o mundo
é no que penso ao criar minhas histórias!
4 - Considerando a
qualidade da capa, como foi sua experiência em desenhar o Zé Coruja? É preciso
conhecer um pouco o personagem?
Foi uma experiência muito divertida e gratificante.
Fiquei muito honrado com o convite do
Milson para fazê-la, pois já fazia tempo que queria colaborar com a PADA
(sempre desejei concorrer ao prêmio PADA,risos).
Acho que é essencial o desenhista conhecer o
personagem e principalmente o conteúdo da história para a qual ele irá ilustrar
a capa.
Sou fã das capas antigas dos Comics onde a arte fazia
referência a história, muitas vezes com balões de fala e tudo, na minha opinião
a história já começava ali. Pena que hoje em dia isso está em desuso e a
maioria das capas são apenas ilustrativas.
Ao fazer essa capa do Zé, eu quis manter esse espirito
e corri para ler as hqs do personagem e conhece-lo bem.
A capa da Edição nº 2 desenhada pelo Rafael Anderson |
5 - Quais seus
planos em relação aos quadrinhos! Tem algum projeto em andamento?
Bem, tenho vários projetos em andamento que eu tento
conciliar com os trabalhos de ilustração que eu faço.
A convite de uma editora estou montando uma coletânea
com a retrospectiva dos meus trabalhos no gênero de ação, com coisas do meu
inicio nos quadrinhos até os dias de hoje(incluindo muito material inédito).
Acredito que antes do fim do ano teremos novidades.
Recentemente eu e um amigo criamos o selo Brabo!
Magazine para lançarmos séries de Ficção cientifica, estou trabalhando numa hq
chamada Nicolau(que é uma versão de uma história antiga minha) que trata de uma
desavença pessoal entre o Papai Noel,o Coelhinho da Páscoa, a esposa dele e um
Xerife.
Ainda tem um personagem de humor que estou escrevendo
o roteiro e pretendo negociar com algumas revistas.
São muitas ideias e o mais difícil é encontrar
disciplina para conciliar com o tempo. Mas isso acredito que seja o que faz a
diferença entre os grandes e os pequenos quadrinistas.
Gostaria de fazer umas considerações antes de
encerrar:
Queria agradecer ao meu amigo Milson Marins e ao
pessoal da Pada pelo convite, ao Marcos Lopes por permitir que eu trabalhasse
com a sua criação e parabeniza-los pela paixão e garra na publicação de
quadrinhos, força sempre!
E aos leitores, pois não adianta dizer o contrário,
vocês são peças fundamentais para nós narradores de história criarmos nosso
trabalho desde o início dos tempos.
Abraço!
Queremos lembrar que as edições números 1 e 2 continuam disponíveis no seguinte link abaixo:
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Queremos lembrar que as edições números 1 e 2 continuam disponíveis no seguinte link abaixo:
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